No âmbito de uma sessão de perguntas ao Governo Regional, incidindo sobre a ilha de São Jorge, a deputada Catarina Cabeceiras do CDS-PP salientou o impacto do fim dos rateios no setor agrícola, enalteceu a celeridade na reavaliação do projeto do Centro de Saúde das Velas, pugnou pela concretização de investimentos no Porto da Calheta e enalteceu a notória melhoria na manutenção do trilho da Caldeira do Santo Cristo – Fajã dos Cubres.

Na sessão de perguntas que decorreu nesta terça-feira em reunião plenária do Parlamento açoriano, Catarina Cabeceiras defendeu a importância de um “setor agrícola sustentável e equilibrado”, recordando as muitas famílias que dependem direta ou indiretamente dos rendimentos provenientes desta atividade. Nesse sentido, salientou o “notório impacto do fim dos rateios, uma medida deste Governo Regional que permite aos produtores uma maior previsibilidade nos rendimentos”. A deputada exemplificou que “verificavam-se constrangimentos sempre que um produtor, ao invés de receber os supostos 100 euros no prémio ao abate animal, recebia apenas 50, ou no caso da vaca leiteira, recebida 90 euros em vez de 190”. A propósito, a deputada do CDS-PP pugnou pela concretização do investimento no novo matadouro da ilha de São Jorge, requerendo “uma resposta urgente, atendendo ao aumento do número de animais abatidos na ilha”.

Quanto à prestação de cuidados de saúde, Catarina Cabeceiras referiu a obra do Centro de Saúde das Velas, a decorrer de momento, “de singular importância numa ilha sem hospital como é o caso de São Jorge”. Nesse sentido, salientou “a celeridade do Governo Regional em reavaliar o projeto e fazê-lo mais abrangente” e saudou os governantes pelo empenho na contratação de mais profissionais de saúde para a ilha de São Jorge, reconhecendo, porém, a dificuldade de o fazer dado que estamos perante um problema não só regional mas que afeta todo o País. Quanto a ambas as questões sobre a saúde, Catarina Cabeceiras considera que se tratam de “matérias que se têm falado desde há vários anos e que já deveriam ter sido resolvidas no passado, mas que lamentavelmente prevaleceram”. Ainda neste âmbito, reportou a necessidade de um sistema informático universal em todo o Serviço Regional de Saúde, que permita aceder a toda a informação necessária de uma forma concentrada quer nas Unidades de Saúde quer nos Hospitais, assim ultrapassando alguns constrangimentos que ocorrem quando os doentes de São Jorge se deslocam às ilhas com Hospital. “Sabendo que há incentivos financeiros da União Europeia para esta transição digital, não podemos deixar escapar uma vez mais a oportunidade de dar este passo na digitalização da saúde, melhorando a articulação entre centros de saúde e hospitais”, defendeu.

Na área do ambiente, Catarina Cabeceiras chamou a atenção para “o centro de processamento de resíduos da ilha de São Jorge, cujas dificuldades sentidas são do conhecimento público, quer ao nível da contratação de pessoal, quer ao nível da necessidade de melhorar condições de trabalho e de infraestruturas”. No entender da deputada, “em linha com os objetivos europeus, a Região enfrenta o grande desafio da redução da produção de resíduos, no quadro da promoção de uma economia circular, alcançando assim o desenvolvimento sustentável e mantendo o equilíbrio entre os pilares ambientais, sociais e económicos”. Assim, “a manutenção da sustentabilidade ambiental passou pelo investimento estratégico nesta infraestrutura. Contudo, é urgente ultrapassar estes constrangimentos.” Também na área da preservação ambiental, a parlamentar do CDS-PP realçou o bom trabalho realizado ao nível do trilho da Caldeira do Santo Cristo – Fajã dos Cubres, “um dos mais procurados e que muitas vezes apresentou problemas de manutenção devido a permitir a passagem de veículos motorizados, nomeadamente Moto 4”.

No decorrer da sessão de perguntas ao Governo Regional, Catarina Cabeceiras recordou os investimentos que há muitos anos são reivindicados pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, nomeadamente, para o concelho da Calheta, designadamente a efetivação do núcleo de recreio náutico e a realização de trabalhos de dragagem que permitam melhorar a operacionalidade do Porto, ao que acresce agora a preocupação de proteção da zona do Museu Francisco Lacerda. A deputada solicitou “um ponto de situação dos investimentos” e afirmou que estes “devem avançar para a sua concretização”.