No âmbito do debate de urgência sobre o desempenho escolar dos alunos dos Açores face ao todo nacional e europeu, ocorrido esta quarta-feira na sede da Assembleia Legislativa Regional na Horta, a deputada do CDS-PP/Açores, Catarina Cabeceiras, declarou que “os resultados dos estudantes Açorianos refletem as carências sociais vividas na região”.

A propósito do posicionamento da Região Autónoma dos Açores nos mais recentes resultados dos testes PISA (“Programa Internacional de Avaliação de Alunos”) Catarina Cabeceiras questionou o Secretário Regional da Educação e Cultura sobre como avaliava o posicionamento dos Açores no contexto nacional, “na última posição na leitura, na matemática em penúltimo lugar, ou nas ciências apenas acima da Região do Alto Alentejo e do Baixo Alentejo”?

A deputada declarou que “avaliações internacionais como o PISA ou o TIMSS geram, sem dúvida indicadores determinantes para a avaliação dos sistemas de educação, diagnóstico do sistema educativo e para a definição de estratégias de políticas educativas eficazes” e acusou o Secretário Regional de, ao pretender dar protagonismo ao PROSUCESSO, não dar a devida atenção às estatísticas “que nos atiram consecutivamente para o final da tabela”.

Catarina Cabeceiras afirmou que “não podemos comparar estudos internacionais como o PISA com o PROSUCESSO, um programa de apoio curricular” e recordou uma declaração do Secretário Regional perante os resultados do PISA em 2015 na qual disse acreditar, num futuro próximo, nos efeitos multiplicadores do PROSUCESSO”. “Onde se vislumbra esse tal efeito multiplicador?”, inquiriu, esta quarta-feira, a deputada centrista.

Catarina Cabeceiras acrescentou que “ninguém pode ficar indiferente aos 27,8% dos nossos jovens que não estão a frequentar nenhum nível de formação de ensino ou formação, ou à taxa de abandono escolar precoce de 28,3%”, denunciando que, “na educação, existe desigualdade entre ricos e pobres, dado que só chegam ao topo 10% dos mais pobres”.

O CDS-PP/Açores considera “muito preocupante a influência que a situação socioeconómica tem nos resultados dos estudantes” e que “o Governo não pode fingir que não tem conhecimento destes dados”.